A reunião entre Governo e entidades que representam servidores da área da segurança lotou o auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF). O evento teve início às 17h e adentrou a noite da última quarta-feira (06/04). A expectativa era que fosse anunciado um índice melhor de recomposição das perdas inflacionárias ou no mínimo um indicativo disso, o que não ocorreu. A ocasião serviu para demonstrar a unidade dos servidores da área da segurança e detalhar a reivindicação pela valorização daqueles que nunca pararam durante a pandemia.
“Nós, servidores da segurança pública, criamos um grupo coeso, com liga, que no final de março colocou mais de cinco mil colegas na rua. Se for necessário, faremos novamente movimento similar, para conseguirmos no mínimo a inflação do último ano. Os servidores penitenciários, por exemplo, estão há oito anos sem reposição”, destacou Saulo Felipe Basso dos Santos, presidente da Amapergs Sindicato, uma das únicas entidades que teve espaço para fazer sua exposição.
Participaram da reunião o Governador do Estado, Ranolfo Vieira Jr., Chefe da Casa Civil, Artur Lemos, Secretário Estadual da Segurança Pública, Vanius Cesar Santarosa, Secretário-adjunto de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo (SJSPS), Egon Marques Kvietinski, Secretário de Estado da Fazenda, Marco Aurelio Santos Cardoso, Secretário de Planejamento, Governança e Gestão, Claudio Gastal, Procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa, e o Líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado estadual Frederico Antunes (PP),
“Reconheço a importância e a relevância de todos os servidores da segurança pública. Esta é a primeira reunião que realizo como governador para conversar com categorias”, afirmou Ranolfo.
O secretário da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso, apresentou detalhes do projeto de lei que propõe a revisão geral da remuneração dos servidores. O Executivo propõe corrigir o salário do funcionalismo em somente 6%.
No dia 22 de março, mais de cinco mil servidores da área da segurança pública participaram de um grande ato em Porto Alegre. Uma caminhada parou o centro da capital que culminou com a Praça da Matriz tomada de servidores. Na ocasião, a principal reivindicação era que o Governo estabelecesse uma linha de negociação com as categorias da área da segurança para reposição salarial.
Segundo o presidente da Amapergs Sindicato, que representa 7.500 servidores penitenciários que atuam em 153 casas prisionais do RS, os servidores da área da segurança, como servidores penitenciárias, nunca pararam e merecem uma valorização justa. Conforme a entidade, só no Governo Leite os servidores penitenciários já acumulam 20% de defasagem salarial.