Um conjunto robusto de ações foi traçado e deve ser desencadeado pelos servidores penitenciários nas próximas semanas. Há forte indicativo de greve. O objetivo é reivindicar direitos que estão sendo negados e suprimidos pelo Superintendente da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), José Giovani Rodrigues, e pelo Secretário Estadual da Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo do RS (SJSPS), Mauro Hauschild. Um dos casos que revoltou a categoria recentemente foi o fato de todos os servidores da segurança pública terem recebido suas promoções, menos os servidores penitenciários. Além disso, os policiais penais são frontalmente contrários a mudanças na carga horária. Um grupo de trabalho criado no âmbito da SJSPS discute o tema.
As definições das próximas mobilizações da categoria ocorreram em reunião de mais de cerca de três horas, nesta segunda-feira (03/01), entre representantes de casas prisionais, mais 60 delegados sindicais e a direção da Amapergs Sindicato.
“Está muito claro que ninguém mais tolera o nível de descaso, manipulações individualistas e antiprofissionalismo que assistimos ano após ano na Susepe. As bases regionais e o comando de greve já estão se organizando. Não temos mais condições de suportar. Na Assembleia Geral Extraordinária programada será decidido o rumo da classe neste ano de 2022. O Governo Leite tem se mostrado inacessível ao diálogo, tomando ações que visam o desmonte da estrutura funcional prisional, apresentando propostas, inclusive, de retirada de atribuições fins dos servidores penitenciários. E isso a categoria não vai permitir. ”, destaca o presidente da Amapergs Sindicato, Saulo Felipe Basso dos Santos.
Como primeira medida, ficou deliberada a realização de uma Assembleia Geral Extraordinária, em caráter de urgência, na próxima terça-feira (11/01). Na pauta estará a perda de ciclo de promoções, reformulação de decreto das promoções, reposição de perdas salariais de oitos anos, regulamentação da polícia penal, aumento de vagas nas classes e de efetivo funcional, solicitação de substituição de gestores e indicativo de greve.
“O que esse Governo está fazendo com os servidores penitenciários, a desvalorização que está nos impondo, é lamentável e chegou no limite. É uma afronta a nossa dignidade. Não há mais paciência. Estamos organizando nossa greve e vamos cobrar respostas do Governo do Estado”, salienta o Vice-presidente da Amapergs Sindicato, Cláudio Dessbesell.