Dito isso, destacamos alguns fatores que consideramos importantes, relativos à grave ocorrência em Passo Fundo e esclarecimentos à sociedade Passo-fundense, no que entendemos capital para compreensão séria, a cerca das circunstâncias que contribuem, sobremaneira, para que esse tipo de ousadia contra o poder publico seja possível.
Além da precarização estrutural conhecida e há muito alertada por este sindicato, do Presidio Regional de Passo Fundo. Soma-se, o déficit crítico de servidores no sistema prisional do RS. Em que pese, as louváveis nomeações recentes para SUSEPE, na hora da fuga havia sob a guarda de oito (08) agentes, 755 apenados, distribuídos em 03 galerias e 02 alojamentos. Na parte externa apenas um (01) PM, em uma das 04 guaritas responsáveis pela vigilância externa (Muros).
Estas circunstâncias, além de encorajar e prejudicar a prevenção, dificulta definitivamente a intervenção imediata na ação criminosa. Porém, apesar disso, os servidores penitenciários de plantão na hora da fuga no PRPF, ainda conseguiram efetuar disparos evitando uma possível tomada da parte administrativa do PRPF. Por outro lado, temos mais 1200 aprovados em concurso da Susepe (CR), que podem ser aproveitados imediatamente.
Contudo, asseguramos à sociedade gaúcha, da disposição dos servidores penitenciário do RS em prestar um serviço público de excelência, mas para que isso seja efetivo, precisamos das condições materiais para executar da forma como almejamos. Isso é o que move a luta deste sindicato e pela conscientização de todos, da gravidade da situação prisional. Ainda, nos colocamos à disposição para somar esforços com as comunidade gaúchas no sentido de sensibilizar e pressionar o governo para urgência do enfrentamento das questões prisionais no Estado.
Amapergs Sindicato, representada pelos diretores Marcos Silva e Marili Antunes Neubüser esteve na tarde de hoje (14) reunida com os colegas servidores penitenciários lotados num dos presídios, mais indigno, precarizado (sucateado/remendado) e exposto do RS, o Presídio Regional de Passo Fundo (PRPF). Um verdadeiro queijo suíço, que só não foi derrubado pelos delinquentes ainda, pela abnegação e bravura dos colegas que lá resistem.
Somente durante a reunião houve 3 tentativas de arremesso de objetos para o interior do presídio, que imediatamente, foi frustrada pelos colegas que estavam em maior número por decorrência da reunião. Tudo isso em plena luz do dia senhores. Portanto, muita calma nesta hora, falar em segurança perfeita num presídio como o de Passo Fundo: é inocência, na melhor das hipóteses. É desconhecer que não existe segurança perfeita num presídio com capacidade para 307 detentos mas que abrigar 739 com uma média de 6 agentes de plantão.
Mas o pior, é ver uma reportagem sem lastro em fatos e materialidade, requentar falas de presos para um repórter não identificável. É responder com suspeita uma ocorrência (fuga dos 17) que tem sua explicação em dados reais, que nunca foram “investigados” “denunciados” pelo repórter anônimo e pela sua empregadora.
Estivemos no PRPF hoje (14), e vimos gente séria e digna buscando soluções para os problemas do PRPF, que se arrastam por anos. Existe um projeto de uma nova penitenciária em perímetro adequado, que por irresponsável falta de vontade política até hoje não saiu do papel. Apontar os servidores para justificar o descaso com o PRPF é fácil. O difícil é ir a fundo nos reais problemas do Regional de Passo Fundo. Somos solidários aos guerreiros. Se tivermos que cortar na carne, que seja feita justiça.