Não bastasse o congelamento salarial histórico, atrasos e parcelamentos dos salários dos servidores públicos do Rio Grande do Sul, o Governo do Estado decidiu, após pressão de hospitais conveniados, que o servidor vai bancar as novas tabelas de remuneração para pagar hospitais e clínicas pelos serviços prestados aos segurados do IPE Saúde.
Em meio à crise do IPE Saúde com os hospitais conveniados devido a dívidas e tabelas de preço para os serviços prestados e, principalmente valor dos medicamentos, o IPE Saúde aumentou em 12,13% os valores das contribuições ao Plano de Assistência Médica Suplementar (PAMES) e ao Plano de Assistência Médica Complementar (PAC).
Recentemente, após anúncio das novas tabelas pelo IPE Saúde, cerca de 40 hospitais do Estado ameaçaram suspender o atendimento eletivo a segurados do IPE Saúde. Com isso, as quatro dezenas de instituições que firmaram o acordo, algumas delas de grande porte, anunciaram que não iriam mais aceitar consultas e cirurgias eletivas para conveniados do IPE Saúde.
Diante da pressão, o Governo do RS decidiu cobrar a conta dos servidores públicos. O aumento em 12,13% dos valores das contribuições dos servidores para o Plano de Assistência Médica Suplementar (PAMES) e ao Plano de Assistência Médica Complementar (PAC) constam na Portaria Nº25, da última quinta-feira (02/06), e foram publicados no Diário Oficial do Estado na sexta-feira (03/06). Os reajustes passam a valer a partir do dia 1º de junho de 2022 e devem atingir cerca de 280 mil usuários dos planos PAC e PAMES, com os novos valores sendo descontados dos salários dos servidores estaduais, municipais e entidades conveniadas ao IPE Saúde.
“O Governo Eduardo Leite, agora comandado pelo Delegado Ranolfo Vieira Jr., cantou em prosa e verso a pífia reposição salarial de 6%. Agora vem esse aumento do IPE Saúde para o servidor. Ou seja, o servidor, principalmente aqueles da área penitenciária, que nunca pararam, que sofreram baixas durante, principalmente, a pandemia, estão novamente pagando a conta. É inacreditável, inaceitável”, ressalta o presidente da Amapergs Sindicato, Saulo Felipe Basso dos Santos.
Na terça-feira (07/06), o Palácio Piratini anunciou que fechou o primeiro quadrimestre do ano com o maior superávit (saldo positivo) registrado no período em pelo menos uma década. Segundo relatório publicado no Diário Oficial do Estado, cujos dados foram apresentados pela Secretaria da Fazenda, o balanço entre receitas e despesas ficou no azul em R$ 4,1 bilhões.