O Palácio da Polícia, na Avenida Ipiranga, em Porto Alegre, voltou a registrar acúmulo de presos algemados em viaturas da Brigada Militar neste domingo (21). O local é sede da Polícia Civil e abriga a 2ª Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA), uma das unidades mais movimentadas da Capital.
Até a tarde deste domingo havia 23 presos no local — em viaturas e na carceragem da delegacia. Destes, nove estavam na carceragem e 14 em viaturas. O local é considerado o que está em situação mais crítica em Porto Alegre e na Região Metropolitana, segundo levantamento apresentado pela diretora do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), Adriana Regina da Costa.
Na zona norte da Capital, outros 17 presos também aguardavam na 3ª DPPA — cinco na carceragem e 12 em carros da BM. Em Canoas, o número de detidos em viaturas diminuiu: passou de 15 detentos nessas situações no começo da tarde para 13, por volta das 17h.
Havia um total de 101 presos aguardando por vaga no sistema carcerário na tarde de ontem. A situação tem sido recorrente. Há duas semanas, eram 118 detidos nesta situação.
Conforme a delegada, o número de presos em viaturas e em carceragens das delegacias muda constantemente, à medida que vagas vão sendo abertas nos presídios.
Por meio da assessoria de imprensa, a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) informou que tenta a abertura de novas vagas em presídios para as transferências. O órgão reforçou que há déficit de mais de 13 mil lugares em casas prisionais.
Além disso, a Susepe informou que alguns locais estão interditados, não podendo receber mais presos. Outros estão superlotados, como a Penitenciária Estadual de Porto Alegre (PePoa) e a Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan) – que está com uma ala fechada devido a um incêndio no ano passado.
Situação na 2ª DPPA
Na tarde de sábado (20), a reportagem de GaúchaZH acompanhou a situação de um preso que estava há quatro dias detido em uma viatura da Brigada Militar, na esquina das avenidas Ipiranga e João Pessoa, em frente ao Palácio da Polícia.
Gilson Ferreira da Silva Junior, 27 anos, estava dormindo sentado, algemado no veículo. As refeições eram feitas com as mãos — por questões de segurança, talheres são proibidos. A reportagem voltou ao local na tarde de ontem. Ele havia sido realocado: deixou a viatura e foi colocado em uma cela na carceragem da DPPA. Vaga no sistema prisional, no entanto, continuava esperando.
Delegacias
Porto Alegre
— 2ª DPPA: 23 presos (nove na carceragem e 14 em viaturas)
— 3ª DPPA: 17 presos (cinco na carceragem e 12 em viaturas)